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As cores dos anfíbios

Atualizado: 23 de ago. de 2019

Os anfíbios apresentam uma variedade extremamente grande de cores na pele, passando por uma infinidade de cores, tons e intensidades.


Algo muito interessante de destacar, é que os anfíbios possuem a capacidade de mudança de cor, e isso varia consideravelmente entre as espécies. Essa mudança de cor pode ser um processo lento, que demora vários meses, ou pode ser um processo rápido, demorando apenas alguns minutos. As mudanças rápidas estão associadas a um ajuste realizado pelo anfíbio para permanecer camuflado ao ambiente, enquanto as mudanças lentas estão associadas a um processo ontogenético, ou seja, estão associadas ao desenvolvimento do organismo ao longo da sua história de vida.


A coloração da pele está relacionada a mecanismos de defesa dos anfíbios. Os mecanismos de defesa aumentam a chance de sobrevivência dos animais.

Esses mecanismos são classificados em primários e secundários. Os primários independem da presença do predador e estão relacionados à camuflagem (quando o animal apresenta coloração semelhante ao ambiente onde vive) e mimetismo (quando o animal imita ou se parece com outra espécie). Já os mecanismos secundários correspondem à fuga, ou tentando intimidar o predador inflando para “aumentar de tamanho” ou ainda fazendo algum barulho.


Aqui vamos dar destaque aos mecanismos primários, que estão relacionados às cores. A coloração da pele podem ser divididas em dois principais grupos:


Coloração críptica: A coloração críptica é uma adaptação onde o animal possui um padrão de coloração parecida com o ambiente em que ele vive, ajudando-o a se esconder do predador. Ou seja, a boa e velha camuflagem.

Sapo-boi (Ceratophrys cornuta)

Fonte da imagem: herpetofauna.com.br

Perereca Osteocephalus buckley

Fonte da imagem: herpetofauna.com.br

Há um caso muito interessante que ocorre com a perereca Boana prasina, onde os indivíduos podem mudar de cor ao longo do ano, de acordo com a estação. Há uma maior quantidade de indivíduos verdes durante a estação chuvosa e durante a estação seca, indivíduos de cor castanha, em associação com os períodos de queda e brotamento das folhas na floresta.



Coloração aposemática: a coloração aposemática, também conhecida como coloração de advertência, refere-se à presença de cores vivas e marcantes para afastar seus possíveis predadores. Essas cores servem para alertamr seus predadores de que comê-lo pode não ser uma boa ideia, pois esses animais podem apresentar características desagradáveis, como um gosto ruim ou substâncias tóxicas (veneno). As cores aposemáticas são o amarelo, o preto, o vermelho, branco, cores metálicas e fosforescentes.


Um exemplo clássico de anuros com esse tipo de coloração são as do gênero Dendrobates. Os animais desse gênero são conhecidos por suas lindas cores vibrantes, alertando o veneno presente em sua pele.



Fonte da imagem: herpetofauna.com.br

Alguns animais podem não ter veneno ou um gosto ruim, mas usam das cores aposemáticas, imitando os animais que são. Esse mecanismo é chamado de mimetismo.


Leptodactylus lineatus - Mimetizando alguns dendrobatídeos.

Fonte da imagem: herpetofauna.com.br

Mas, ah, a natureza e as suas exceções! Existem espécies que possuem uma mistura desses dois padrões de coloração. Apresentam no dorso uma coloração críptica (de camuflagem) e no ventre uma coloração aposemática (de advertência). Quando esses indivíduos predados, eles se contorcem seu corpo mostrando as cores vivas de seu ventre. Esse comportamento é chamado de unken reflex. Um exemplo, é a espécie Physalaemus nattereri, popularmente conhecida como rã-de-quatro-olhos. Os indivíduos dessa espécie possuem manchas sobre suas glândulas de veneno, que ficam na parte posterior do corpo, lembrando grandes olhos. Quando esses animais se sentem ameaçados, eles abaixam a cabeça, inflam os pulmões e mostram ao predador essas manchas que ficam recobertas pela secreção das glândulas. Esse comportamento pode assustar os possíveis predadores, fazendo com que eles desistam de comê-lo.


Fonte da imagem: Wikipedia



Referências:

Adaptação das presas em InfoEscola. Disponível em: https://www.infoescola.com/evolucao/adaptacao-das-presas Acesso em 04 de julho de 2019.

Aposematismo. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/aposematismo Acesso em 03 de julho de 2019.

Aposematismo em Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/aposematismo.htm Acesso em 03 de julho de 2019.

BENEDITO, E. Biologia e ecologia dos vertebrados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

Dendrobatídeos. Disponível em: http://www.herpetofauna.com.br/Dendrobatideos.htm Acesso em 04 de julho de 2019.

Mecanismos anti-predação em animais. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/mecanismos-antipredacao-animais.htm Acesso em 03 de julho de 2019.

Mecanismos de defesa em Anfíbios e Répteis. Disponível em: http://www.herpetofauna.com.br/MecanismosDefesa.htm Acesso em 03 de julho de 2019.

Rã-quatro-olhos. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A3-quatro-olhos Acesso em 03 de julho de 2019.

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