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Gymnophiona

Gymnophiona

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Fonte: Cultura Mix

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Fonte: Site gpabrasil

Vamos começar com um grupo muito interessante, os gymnophionos!

 

A palavra “Gymnophiona” vem do grego e quer dizer “parecido com serpente, sem escamas” (“gymnos”: nu, sem ; “ophiones”: parecido com serpente). A palavra “Apoda”, também é do grego e quer dizer “sem pés” (“a”: sem ; “podus” pé).

 

Os Gymnophiona são conhecidos popularmente como cecílias ou cobras-cegas. Ocorrem em áreas tropicais do mundo todo, com exceção de Madagascar e Papua-Austrália.  No Brasil, são conhecidas 32 espécies de cecílias. 

 

Esses animais são caracterizados por serem animais que passam a vida em galerias no subsolo, exceto por algumas espécies aquáticas. Animais com a característica de viver no subsolo, são chamados de fossoriais.

 

Devido ao hábito fossorial, ou seja, devido a viverem debaixo da terra, as cecílias possuem pouca variação corporal, ou morfológica, se comparado aos outros grupos. Os Gymnophiona possuem corpos alongados e algumas espécies aquáticas possuem a lateral um pouco achatada para auxiliar na natação. Os membros locomotores foram perdidos neste grupo durante o processo evolutivo. O corpo é coberto por uma série de anéis dérmicos,  conhecidos como annuli.

 

Os olhos dos gimnofionos são pequenos e rudimentares, envoltos por uma camada de pele, ou pele e ossos. Embora as cobras-cegas tenham esse nome, elas não são verdadeiramente cegas, porém, não parecem não ser capazes de enxergar imagens, seus olhos teriam apenas a função  fotorreceptora, ou seja, elas conseguem identificar a ausência ou presença de luz no ambiente.

 

Uma característica interessante é que as cecílias possuem um pequeno tentáculo sensorial, localizado entre o olho e a narina, em ambos os lados da cabeça. Quando estão no subsolo, as narinas se fecham e, esses tentáculos, são projetados para fora e têm a função de captar partículas químicas do ambiente e, quando são retraídos, mandam essas informações para um órgão sensorial interno, o órgão vomeronasal, que depois, envia os sinais ao cérebro.

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Fonte: Blogdonurof

Assim como em serpentes, os órgãos internos são extremamente alongados. E como os outros anfíbios, as cecílias também possuem glândulas de toxina no tegumento, porém a sua potência ainda é desconhecida.

Hábitos e Alimentação


Como vimos, os Gymnophiona possuem espécies com hábitos aquáticos e outras com hábitos fossoriais. E as características corporais desses animais, são adaptações evolutivas para que eles possam construir galerias no subsolo ou para terem uma vida aquática ou semi-aquática.

As cobras-cegas são animais carnívoros e alimentam-se de minhocas e outros invertebrados de corpo mole que encontram no subsolo ou na serrapilheira. Algumas espécies podem se alimentar de formigas e cupins e vivem perto de seus ninhos. Também já foram encontrados besouros, pequenas rãs, lagartos e pequenas cecílias no estômago de algumas cobras-cegas. As espécies aquáticas se alimentam de invertebrados presentes nos corpos d’água e podem comer animais em decomposição.

Apesar de possuírem glândulas de veneno em sua pele, as cecílias podem ser predadas por outros animais, como cobras corais (o principal predador das cecílias), galinhas, porcos, corujas,algumas aves marinhas, dentre outros.
 

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Fonte: ClubFauna

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Fonte: Cultura Mix

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Fonte: Minden Pictures

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Fonte: Flicker Philip Stouffer

Reprodução

Devido ao hábito fossorial desses animais, pouco se sabe sobre os comportamentos reprodutivos do grupo, boa parte do que se conhece, provém de estudos feitos em cativeiro.

Sabe-se que, diferentemente dos demais anfíbios, em cecílias, a fecundação é interna. Os machos possuem um órgão copulador, chamado falodeu. Este órgão permanece no interior do macho e no momento da cópula ele é colocado para fora e inserido na cloaca da fêmea.

 

Detalhes de como ocorre a corte e a cópula desses animais são desconhecidas, porém, algumas observações de indivíduos em cativeiro, sugerem que eles se comuniquem através de sinais químicos e táteis.

 

Existem espécies ovíparas (o embrião se desenvolve dentro de um ovo) e vivíparas (o embrião se desenvolve dentro da mãe). O desenvolvimento pode ser direto, ou seja, quando já nasce uma cecília formada ou indireto, quando primeiramente, nasce uma larva, geralmente aquática. A maioria possui desenvolvimento direto.

 

As espécies ovíparas, usualmente depositam os ovos em solo úmido, próximo à água. Algumas espécies darão origem à uma larva aquática e outras darão origem à uma cecília formada.

Em espécies vivíparas, o desenvolvimento do embrião ocorre no oviduto. No início o embrião se alimenta das reservas do ovo, e, quando essas reservas acabam, ele passa a se alimentar de uma substância que a mãe secreta pela parede do oviduto, chamada “leite uterino”. A gestação pode durar meses e os filhotes nascem com um tamanho relativamente grande, que pode chegar a 60% do corpo da mãe.

 

O cuidado parental em Gymnophiona, varia desde o cuidado com os ovos, até o cuidado com os filhotes.

Uma curiosidade bastante interessante, acontece com os filhotes das espécies Siphonops annulatus (brasileira) e Boulengerula taitanus (queniana), enquanto não alcançam um bom tamanho corporal, os filhotes dessas espécies vivem com a mãe e estudos revelaram que eles se alimentam da epiderme materna, que nesta época fica rica em lipídeos. Este tipo de comportamento é chamado de dermatofagia ("dermato" : pele ; "fagia" : alimentação).

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Fonte: Escola de Ciências

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Fonte: Ninha.bio

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Fonte: Site Kumparan

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Fonte: Folha de São Paulo

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No Brasil foi encontrada uma espécie de cobra cega muito rara. Esse animal é o maior anfíbio sem pulmões conhecido.

A espécie recebe o nome de Atretochoana eiselti, conhecida popularmente por "cobra mole". foram encontrados 6 exemplares, perto das obras da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia, em 2011.

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Fonte: Veja

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Fonte: IPEVS

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Fonte: IPEVS

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Fonte: Researchgate.net

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